quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Reflexões sobre o medo

O Grito - Edvard Munch


Vídeo da conferência do Estoril 2011.
Mia Couto escritor moçambicano, faz a leitura de um ótimo texto sobre o medo.

Depois de assistir ao vídeo deixei as minhas sinapses correrem mais soltas. Atalhei, recortei, fiz e refiz construções e ligações para sintetizar o que ouvi com os medos e impressões que me foram dados ao longo da vida. Impossível não relacionar as coisas que leio ou ouço com a minha pequena bagagem.

Confesso que minhas críticas ao que está posto estão recentemente influenciadas com as idéias marxistas. Seria impossível não estar influenciado. Esta é a conclusão a qual inúmeros pensadores chegaram antes de mim. Somos a todo instante, direcionados - ou domesticados, para falar a linguagem de Foucault - ao arbítrio do outro.  O outro ou o Grande Outro está sempre presente em nossas ações, nas nossas aparentes decisões, nos pequenos círculos de poder onde eles se manifestam sem aparecer.

Complicado isso de ser e aparentar não ser. A mágica do negócio é precisamente esta. É fazer-se presente a cada instante, direcionando nossos anseios e inquietações com tamanha naturalidade ou naturalização que parecem fruto de um livre arbítrio, tão vendido e disseminado.

Gostaria, pois, de dedicar mais tempo ao pretenso livre arbítrio, porém vou me ater ao medo.

Da mesma sorte que as paixões, nossos medos são inseridos sem que nos apercebamos, e assim retiram o que há de mais belo no homem. A capacidade de reinventar, reler e criticar a fim de chegar ao novo.

Boa reflexão.

Saudações cordiais,
O Estudante.


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