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quinta-feira, 21 de março de 2013

Fundação dos Idiomas



Segundo os antigos mexicanos, a história é outra.
Eles contaram que a montanha Chicomóztoc, erguida onde o mar se partia em duas metades, tinha sete grutas em suas entranhas.
Em cada uma das grutas reinava um deus.
Com terra das sete grutas, e sangue dos sete deuses, foram amassados os primeiros povos nascidos no México.
Devagarinho, pouco a pouco, os povos foram brotando das bocas da montanha.
Cada povo fala, até hoje, a língua do deus que o criou.
Por isso as línguas são sagradas, e são diversas as músicas do dizer.

Eduardo Galenao - Espelhos



É curioso perceber o papel da língua nas várias explicações sobre a gênese da humanidade.
Será apenas coincidência?
Será que o verbo está ai, como simbolo de divindade, por acaso?
No início era o verbo...

Boa reflexão.

Saudações cordiais,
O Estudante.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O mundo à maneira humana

Afinal, do que é feito o mundo como nós, HUMANOS, o percebemos?
Numerosos pensadores se debruçaram sobre este tema e as conclusões são das mais diversas.


O mundo é realmente o que nós enxergamos?
(Para entender o sentido da pergunta filosófica é preciso entender um pouco de linguagem, simbolo, signo, significante e convenção)
Se por acaso surgir uma afirmativa em resposta a pergunta anterior vem logo outra em seguida.
Existe condição de garantirmos que isto é real?

Não tenho pretensão de responder todas essas questões nas poucas linhas seguintes. Meu maior anseio é registrar a dúvida. A dúvida, o incomodo, o desequilíbrio, são fundamentais para a criação de conceitos novos.

Registre-se em pixeis: Todas as críticas são aceitas. Quem sabe com ela construímos um ponto de discussão em comum? E a partir dai, quem sabe?

Pensem agora. Qual a finalidade de se criar o novo? Por que mexer no que está quieto? Há quem diga que isso faz perder o juízo. Não discordo que a possibilidade tem fundamento, mas o objetivo não é esse, portando quando sentires que as coisas estão saindo do padrão é melhor parar de pensar. Voltar às atividades cotidianas (Portas em automático) ajuda a parar o pensamento fragmentário, indica o caminho à loucura boa, a loucura circular. Já falei em texto anterior da loucura circular.

Este tipo de dúvida serve para pessoas mentais. Pessoas que se fazem pessoa com essa espinha atravessada na garganta. Para pessoas mentais a análise e confronto de dúvidas gera prazer incomensurável. Já para as pessoas emocionais o caminho da dúvida não é tão atrativo.

É preciso que o caminhante faça auto-análise.

Não existe predileção, nem tipo de pessoa certo ou errado. O importante é seguir caminhando como bem narrou o incomparável Eduardo Galeano.




Boa reflexão.

Saudações cordiais,
O Estudante.

domingo, 5 de agosto de 2012

Você já se deparou com ninguém?


Hoje me deparei com toda uma família de ninguéns.
Impossível não me lembrar do GRANDE Eduardo Galeano.

Aproveito a lembrança para contar o acontecido com um pouco de Galeano e um pouco de mim:

Encontrei uma família de ninguéns.
Mãe nenhuma, Pai ausente, filhos ninguéns...
Donos de nada, quase inexistentes.

Os olhos tão bem treinados de nossa sociedade não conseguem enxergá-los.
Estavam literalmente marginalizados, em um canto recuado da praia, para que suas carcaças quase translucidas não atrapalhassem o espetáculo da maravilha da criação.
Maravilha que pertence aos escolhidos.

Os ninguéns devem ter pago um PLANO barato, pensou comigo o Doutor.

Nada de diferente nesta maravilha dominical do que é a praia em uma cidade do litoral.
Estavam lá todas as criaturas.
Os homens e as mulheres. As crianças e os animais de companhia. Todos curtindo a boa-aventurança...
Estavam lá os bem aventurados e estavam lá os ninguéns.

Eu também não os vi de pronto. Foi preciso que um deles do sexo feminino, com idade de criança, me abordasse no caminho do carro.
- Moço, me dá um trocado?
Respondi que não tinha ali e que teria no carro.
Prontamente aquela que parecia ser a Mãe nenhuma disse a ninguém que me acompanhasse.
Assim ela o fez, carregando consigo um bebê ninguém e acompanhada de perto por outro ninguémzinho que mal sabia caminhar.
O ninguémzinho cambaleante de fome ou de inexperiência me acompanhou.
Olhando pra cima me disse:
- Osssoo, Caaaadimmm.
E repetiu com um sorriso estranho para aquela criatura, me fez lembrar uma criança:
- Daaaaaaa... Caaaadiiiimmm.
Perguntei ao ninguémzinho qual era seu nome. Talvez se ele me dissesse aliviasse minha angústia.
- Ele não sabe falar. Interrompeu a menina que parecia ser sua irmã.
Quis saber sua idade.
- Ele tem dois anos.
Perguntei a dela.
- Eu tenho doze. Me respondeu carregando ainda um outro ninguém no colo. Este eu não precisava perguntar, de olhar percebi que era muito novo.

O Doutor me alcançou no carro e se antecipou entregando o "Caaadddimmm" para a menina.
Sem acompanhar a cena ele percebeu o que eles queriam por ali.
Não é tão difícil perceber...
Basta ter olhos que vejam e ouvidos que escutem.

O ninguémzinho não percebeu que sua irma recebera o trocado e repetiu:
- Daaaááa Caaaadiiimmm.
Ela o puxou pelo braço e seguiram.
Nós entramos no carro e seguimos.

A maravilha da vida  continuou, nenhuma bola parou, nenhum copo deixou de se esvaziar, nem uma boca de mastigar. Na praia, tudo continuava pesadamente normal. Nada tinha acontecido, nem acontece alíás.

Poucos minutos depois o Doutor falou:
- Difícil é ver gente dessa idade nessa situação.

- Difícil é saber que ele aprendeu a mendigar antes de falar, respondi.

E seguimos calados o resto do caminho.

Deixamos uns trocados e levamos nó na garganta.

Quem eram eles? Não sei. Não tinham nome.
Eram Ninguém.


Boas reflexões,
O Estudante

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Manifesto - Só a leitura salva




Não tive a oportunidade de conhecer o pessoal responsável pela elaboração do manifesto, mas a partir de agora tentarei acompanhar trabalhos desta natureza.

Acredito, como já disse em outros posts e em respostas à comentários, que as pessoas que buscam o conhecimento tem obrigação moral de apresentar aos seus semelhantes outras formas de pensamento, outros valores ou ideias. 
É imprescindível para a melhoria da condição de vida da nossa espécie, que tenhamos mais leitura, mas tão importante quanto a leitura é estimular outras formas de inteligência. Através da música, do teatro e da pintura estimulamos áreas do nosso cérebro tão importantes como à da leitura. Quanto mais estímulo à plasticidade de nossa inteligência, mais possibilidades teremos de encontrar potencial e futuros "gênios".

Eu comecei contaminando os hábitos dos mais próximos.
Você vai contribuir com o quê?

Boa reflexão.
Saudações cordiais,
O Estudante

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Reflexões sobre o medo

O Grito - Edvard Munch


Vídeo da conferência do Estoril 2011.
Mia Couto escritor moçambicano, faz a leitura de um ótimo texto sobre o medo.

Depois de assistir ao vídeo deixei as minhas sinapses correrem mais soltas. Atalhei, recortei, fiz e refiz construções e ligações para sintetizar o que ouvi com os medos e impressões que me foram dados ao longo da vida. Impossível não relacionar as coisas que leio ou ouço com a minha pequena bagagem.

Confesso que minhas críticas ao que está posto estão recentemente influenciadas com as idéias marxistas. Seria impossível não estar influenciado. Esta é a conclusão a qual inúmeros pensadores chegaram antes de mim. Somos a todo instante, direcionados - ou domesticados, para falar a linguagem de Foucault - ao arbítrio do outro.  O outro ou o Grande Outro está sempre presente em nossas ações, nas nossas aparentes decisões, nos pequenos círculos de poder onde eles se manifestam sem aparecer.

Complicado isso de ser e aparentar não ser. A mágica do negócio é precisamente esta. É fazer-se presente a cada instante, direcionando nossos anseios e inquietações com tamanha naturalidade ou naturalização que parecem fruto de um livre arbítrio, tão vendido e disseminado.

Gostaria, pois, de dedicar mais tempo ao pretenso livre arbítrio, porém vou me ater ao medo.

Da mesma sorte que as paixões, nossos medos são inseridos sem que nos apercebamos, e assim retiram o que há de mais belo no homem. A capacidade de reinventar, reler e criticar a fim de chegar ao novo.

Boa reflexão.

Saudações cordiais,
O Estudante.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pater noster - Jacques Prévert





Pai nosso que estás nos céus
Neles permanecei
E nós ficaremos na Terra
Que às vezes é tão bonita
Com seus mistérios de Nova York
E então seus mistérios de Paris
Que valem bem os da Trindade
Com o seu pequeno canal de Ourcq
Sua grande muralha da China
Seu rio de Morlaix
Suas bobagens de Cambrai
Com seu Oceano Pacífico
E suas duas bacias de Tulherias
Com suas crianças boas e seus indivíduos maus 
Com todas as maravilhas do mundo
Que estão lá
Simplesmente na terra
Oferecidas à todos
Espalhadas
Maravilhadas elas mesmas em ser tais maravilhas
E que não se atrevem a admitir
Como uma bela moça nua que não se atreve a mostrar-se
Com os terríveis males do mundo
Que são legião
Com seus legionários
Com seus torturadores
Com os mestres deste mundo
Os mestres com seus padres seus traidores e seus capangas
Com as estações
Com os anos
Com as belas moças e com os velhos bobos 
Com a palha da miséria apodrecendo no aço dos canhões.









Pater noster - Jacques Prévert


Notre Père qui êtes aux cieux

Restez-y
Et nous nous resterons sur la terrre
Qui est quelquefois si jolie
Avec ses mystères de New York
Et puis ses mystères de Paris
Qui valent bien celui de la Trinité
Avec son petit canal de l'Ourcq
Sa grande muraille de Chine
Sa rivière de Morlaix
Ses bêtises de Cambrai
Avec son Océan Pacifique
Et ses deux bassins aux Tuilleries
Avec ses bons enfants et ses mauvais sujets
Avec toutes les merveilles du monde
Qui sont là
Simplement sur la terre
Offertes à tout le monde
Éparpillées
Émerveillées elles-même d'être de telles merveilles
Et qui n'osent se l'avouer
Comme une jolie fille nue qui n'ose se montrer
Avec les épouvantables malheurs du monde
Qui sont légion
Avec leurs légionnaires
Aves leur tortionnaires
Avec les maîtres de ce monde
Les maîtres avec leurs prêtres leurs traîtres et leurs reîtres
Avec les saisons
Avec les années
Avec les jolies filles et avec les vieux cons
Avec la paille de la misère pourrissant dans l'acier des canons.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A tempestade.

Publico texto de um amigo que prefere guardar o anonimato.

Saudações Cordiais,
Efeito Rizoma.


É muito fácil se levar pela força da tempestade, pela ânsia do salto, pelo poder das circunstâncias. Alguém já tentou nadar contra a maré? Atravessar a multidão "desembestada" em sentido contrário? Alguém já descobriu parâmetros que gerem honestos "atalhos” pelos caminhos mais difíceis?
E não estou falando de louvar o mérito de quem sofreu as agruras e dificuldades do crescimento profissional, e hoje se regozija nos "plácidos" campos dos vitoriosos. Estou exortando àquela coragem de dizer NÃO quando todos, pelo poder do comodismo, apontam como saída uma única direção.
A vida é cheia dessas circunstâncias, em que tendemos por aceitar o consenso, seguir o ritmo ditado por normas genéricas e atribuir nossas decisões ao formalmente aceito.
Essa é a verdadeira tempestade. Aquela que quer jogar você na vala da liquidez humana e fragmentar sua razão única e indissolúvel numa sopa de conceitos e regras.
Pois quebre as regras, destrua os princípios enfadonhos e prove a que veio. Saia da manada e por mais aterrador que seja vagar na savana longe do aconchego, prove seu diferencial, pois a tempestade um dia passa e debaixo de todos aqueles escombros, você terá o orgulho de encontrar sua árvore de princípios intacta.


Pensador desconhecido

sábado, 19 de março de 2011

O início de um novo projeto.

Como dar início a um projeto como este?
Primeiro pensei em trazer algum texto para análise, depois alguma coisa produzida por mim ou pelo outro colaborador do Blog. Finalmente decidi que este primeiro post terá a função de esclarecer os motivos para criação deste espaço e seu objetivo.

Dentre os motivos posso citar a necessidade de partilhar tudo aquilo que estou procurando, pela experiência ou pela razão.
Inúmeras perguntas ficarão sem resposta.

A finalidade não é, em absoluto, esclarecer todas as dúvidas, mas a incansável busca em si. 

Sendo o objetivo do Blog conectar o máximo possível de pessoas (filósofos, políticos,curiosos). Nos debruçaremos sobre Filosofia e Política. Não haverá uma ordem pré-determinada, o roteiro virá das necessidades e do cotidiano. 
Alguns insights dos pensadores estudados e notícias lidas em vários portais, concentradas, para quem não dispõe de tanto tempo.  



¨O que me interessa são as relações entre as artes, a ciência e a filosofia. Não há nenhum privilégio de uma dessas disciplinas em relação a outra. Cada uma delas é criadora.¨
Gilles Deleuze



Saudações cordiais,
Efeito Rizoma.